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sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Estrogonofe de grão-de-bico para satisfazer a minha própria vontade


Estrogonofe de grão-de-bico


Eu nunca fui atlética, e no meu e-book de histórias e receitas conto que mal conseguia segurar um bola de basquete quando era criança. Cresci tentando gostar de atividade física, o que nunca foi fácil, até começar a fazer musculação anos atrás: finalmente algo que me dava prazer e seria bom para a minha saúde. Eu ouvia as pessoas reclamando de fazer várias vezes o mesmo movimento e era exatamente disso que eu gostava na musculação: metódica desde que nasci, fazer as séries direitinho e me concentrar nas repetições me deixava feliz.

 

Houve muitas idas e vindas, e há pouco mais de um ano venho treinando bonitinho (tô até falando “treinar”, vejam só) com o auxílio de um personal que se tornou um amigo querido - a gente treina juntos e conversa sobre uns 500 assuntos diferentes. E por mais que eu odeie admitir, os exercícios me dão uma energia avassaladora: subo da academia às 07:00 da manhã (faço no meu prédio) e, depois de tomar um banho, sou capaz de fazer 59 coisas antes mesmo da hora do almoço. Fico realmente agitada, mas em um bom sentido.

 

Estava lendo a linda newsletter da Lena Mattar que chegou hoje e ela escreveu sobre como era escolher o que iria comer no jantar antes de ter filhos, e que muitas vezes pensava durante o dia no que faria, planejava, escolhia uma receita, comprava os ingredientes e, com uma tacinha de vinho ao lado, ia cozinhar – agora, com uma filhinha pequena, as coisas mudaram. Fui lendo o que a Lena escrevera e, cheia de energia e totalmente endorfinada, resolvi que cozinharia algo novo: algo que eu realmente estivesse com vontade de comer. Fazia tempo que queria fazer um estrogonofe de grão-de-bico e corri dar uma olhada no armário e na geladeira. Tinha tudo em casa menos o creme de leite, mas resolvi que substituiria por creme de ricota, como eu faço às vezes com maionese, dica da minha nutri maravilhosa Gabi Jourdain.

 

Gente, desculpem a total falta de modéstia, mas a comidinha feita a jato com ingredientes tão simples (usei grão-de-bico de caixinha) ficou INCRÍVEL! Assim mesmo, em caps lock: comi um pratão e fiquei super saciada. Ia até postar uma outra receita aqui hoje, mas esse estrogonofe furou a fila: eu não via a hora de dividir com vocês. E quem quiser um estrogonofe vegano, é só omitir o molho inglês e usar uma alternativa vegetal ao creme de leite.

 

Estrogonofe de grão-de-bico

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

2 colheres (sopa) de azeite

½ cebola grande, bem picadinha

2 dentes de alho grandes, bem picadinhos

2 caixinhas de grão-de-bico (380g cada) – escorra o grão-de-bico, passe por água corrente e escorra novamente

2 folhas de louro

sal e pimenta do reino moída na hora

½ colher (chá) de páprica doce – opcional, dá pra fazer sem, eu tinha aqui então resolvi usar

2 colheres (sopa) de extrato de tomate

½ colher (chá) de molho inglês

1 colher (sopa) de conhaque

1/3 xícara (80ml) de caldo de legumes (se não tiver, use água)

2/3 xícara (160ml) de água

1 punhado de folhas de salsinha, bem picadinhas

2 ½ colheres (sopa) de creme de ricota

 

Aqueça o azeite em uma frigideira grande em fogo médio. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que comece a dourar. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas: não deixa queimar ou vai amargar a receita. Acrescente o grão-de-bico e o louro, tempere com sal, pimenta do reino e a páprica (se for usar) e misture bem, refogando por 2-3 minutos.

 

Acrescente o extrato de tomate e o molho inglês, misturando bem para incorporar. Junte o conhaque – longe do fogo, para não se queimar – e misture bem. Acrescente o caldo e a água, misturando bem, e deixe cozinhar em fogo médio, destampado, por 4-5 minutos. Junte a salsinha, misture e desligue o fogo. Adicione o creme de ricota e misture.

 

Sirva em seguida.

 

Rend.: 4 porções 

sexta-feira, agosto 05, 2022

Galette de alho-poró, ricota e tomate, tuítes importantes, jornada dupla e o meu e-book


Galette de alho-poró, ricota e tomate


Há algumas semanas eu estava no Twitter e uma série de tuítes da maravilhosa Aline Valek deu um nó na minha cabeça: mostro dois abaixo, mas ela postou uma sequência bem interessante. Aliás, se você não conhece o trabalho da Aline está perdendo: além de escrever e ilustrar bem à beça, a danada ainda tem um podcast ótimo chamado “Bobagens Imperdíveis” (eu não sou de podcasts e adoro o da Aline) e o curso dela no site Domestika é uma delícia:

 


Fui lendo o que Aline havia postado e uma ficha gigante caiu: comecei a lembrar do meu livro, quase pronto e esquecido havia muitos meses – nem a newsletter e nem no blog eu andava escrevendo mais. E aquilo começou a me incomodar muito, porque escrever é uma parte importante de quem eu sou, desde que me entendo por gente, e eu estava deixando de lado algo que me dá um imenso prazer. Pensei que eu mesma estava caindo no preconceito idiota de que escrever na Internet é algo menor, quando é exatamete o contrário: é incrível. Escrevo aqui no blog há mais de dezesseis anos, tenho leitoras e leitores veteraníssimos que me acompanham há muito tempo (alguns desde o começo!). Gente querida que faz minhas receitas, que me envia foto preparando bolos e cookies com seus filhos, que manda mensagens e emails cheios de afeto, que me acompanha nas redes sociais e compartilha comigo ideais de vida - é um blog de comida, sim, mas é muito mais do que isso.


Sou escritora. Não necessariamente preciso ter livro impresso para isso. Vou pegar o meu livro, que já está quase pronto, e lançar como e-book. Decidido.


No estalo que os tuítes da Aline me deram, fui atrás de alguém para diagramar o meu livrinho, e caí da cadeira quando recebi um orçamento de 15 mil reais para isso. Sim, você leu certo: 15 MIL REAIS.


Recuperada do tombo, abri o Canva e me pus a trabalhar: vou fazer o livro eu mesma. Sempre gostei de desafios e estava na hora de encarar mais um. Tenho trabalhado no projeto no meu tempo livre e, apesar de a jornada dupla secretária executiva/escritora e designer estar me deixando exausta e com uma baita dor nas costas, o resultado me anima todos os dias. Logo, logo o livrinho estará pronto e não vejo a hora de mostrar para vocês o resultado.


Enquanto isso não acontece, decidi movimentar um pouco as coisas: enviei newsletter semana passada (depois de meses sem enviar) e hoje posto uma galette bem linda e deliciosa que fiz para o livro, mas o danado está ENORME e tenho que cortar algumas coisas. Divido com vocês aqui no blog uma receita bem gostosa enquanto o livrinho não fica pronto.

 

Galette de alho-poró, ricota e tomate


 - xícara medidora de 240ml


Massa:

¾ xícara (105g) de farinha de trigo

½ xícara (70g) de farinha integral

1 colher (chá) de açúcar cristal ou refinado

½ colher (chá) de sal

1 tablete (100g) de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos de 1cm

1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem

1 gema grande, temperatura ambiente

1 ½ colheres (sopa) de água gelada

 

Recheio:

2 colheres (sopa) de manteiga sem sal

1 alho-poró grande (100g), somente a parte mais clara, em rodelinhas

sal e pimenta do reino moída na hora

½ colher (sopa) de vinho branco seco

¾ xícara de ricota, esfarelada se estiver muito firme

3 colheres (sopa) de queijo canastra ralado grosseiramente – rale, depois meça

2 xícaras (320g) de tomates cereja, cortados ao meio no sentido do comprimento – meça, depois corte

5 raminhos de tomilho


Comece com a massa: no processador de alimentos, junte as farinhas, o açúcar e o sal e pulse para misturar. Junte a manteiga e o azeite e pulse algumas vezes, até obter uma farofa grossa. Em um potinho, misture bem a gema e a água gelada com um garfo, e acrescente ao processador, pulsado até que uma massa comece a se formar. Retire a massa do processador, forme um disco com ela e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira por 1 hora (pode ser feita de véspera se você quiser).


Enquanto isso, prepare o recheio: em uma frigideira antiaderente grande, derreta a manteiga e junte o alho-poró. Tempere com sal e pimenta do reino e refogue, mexendo algumas vezes, até o alho-poró amaciar. Junte o vinho branco, cozinhe por 1-2 minutos até evaporar, e então retire do fogo. Deixe esfriar completamente.


Pré-aqueça o forno a 180°C. Transfira o disco de massa para um pedaço grande de papel manteiga. Cubra com outro pedaço de papel e vá abrindo a massa com um rolo, até obter um círculo de aproximadamente 30cm de diâmetro.


Espalhe a ricota sobre a massa, deixando uma borda de cerca de 2cm. Sobre a ricota, espalhe o alho-poró refogado de maneira uniforme. Cubra com o queijo canastra, e então arrume os tomatinhos por cima.


Com cuidado, vá dobrando a massa da beirada sobre parte do recheio. Transfira a galette para uma assadeira, deslizando o papel manteiga com a torta diretamente para a assadeira.


Leve a galette à geladeira por 15 minutos. Arrume os raminhos de tomilho sobre a os tomates e leve a galette ao forno por 35-40 minutos ou até que doure bem. Sirva quente ou morna.


Rend.: 4 porções, servidas com salada ou como entrada

quarta-feira, março 09, 2022

Frittata de abobrinha e gorgonzola, a salada da Jennifer Aniston e comidas repetidas


Fritttata de abobrinha e gorgonzola

Dias desses vi alguns posts no Instagram sobre uma tal salada que Jennifer Aniston teria comido no set de Friends todos os dias, por dez anos – confesso que quase caí do sofá, imaginando o porquê de alguém comer sempre a mesma coisa por tanto tempo.


Antes de mais nada, a salada me parece ótima: com triguilho, pepino, grão-de-bico, ervas, feta, pistache, tenho certeza de que é deliciosa, mas passar meses e anos da vida comendo sempre a mesma coisa me dá angústia só de pensar, ainda mais se pensarmos que se trata de uma pessoa rica e que tem condições de comer o que bem entender, onde bem entender.


Como dizia minha avó, “Deus não dá asa a cobra”. :)


Tô aqui julgando a Jennifer, mas tenho mania de comer sempre a mesma coisa no café da manhã: café com leite de castanha de caju, meu pão 100% integral com manteiga ou geleia e uma porção de fruta, geralmente mamão para dar uma ajudinha ao intestino, que já nasceu travado (desculpem pelo excesso de informação). :) Eu admiro quem faz coisas diferentes para o café da manhã, como ovos, panquecas, tapiocas, acho tudo isso delicioso, mas não tem muita paciência cedo para soltar a criatividade na cozinha. Por isso, quando viajava, aproveitava para comer coisinhas gostosas e diferentes nos cafés da manhã nos hotéis ou de padarias e cafés perto deles.


Já no almoço sempre gostei de variar, de comer coisas diferentes: um dia arroz, feijão e legumes, de vez em quando com carne ou frango, em outro macarrão, sanduíche nos dias mais corridos, saladas encorpadas (como a da Jennifer) para o calor, ou na época em que eu levava às vezes marmita para o trabalho. E nisso tudo, tenho meus favoritos, receitas que eu amo e que são versáteis, que posso variar dependendo do que tiver na geladeira, do que estiver mais pra lá do que pra cá, ou dependendo da vontade do momento mesmo. Por exemplo, amo ovo, sou team zoiúdo forever, gosto do danado de tudo quanto é jeito: cozido, frito, pochê, omelete, e as maravilhosas frittatas, que faço de vários sabores e ficam todas incríveis. A que trago hoje é deliciosa e sai bonita e imponente do forno, mas eu fiquei enrolando para tirar a foto (dúvida na cor do fundo), e ela acabou murchando um pouquinho na hora do clique. Tinha planejado coloca-la no livro, mas como ele já está grande demais, publico a receita aqui no blog.


Espero que gostem da minha frittata de abobrinha, mas no atual momento em São Paulo, pelo menos, tá um calor horroroso e ligar o forno é impossível: melhor fazer a frittata em outro momento. Falando em calor, ontem enviei uma newsletter com sobremesas fresquinhas para ajudar a refrescar esses dias (e noites) sufocantes: se quiser ler a cartinha e também se inscrever para recebê-la por e-mail, pode clicar aqui.


Um último detalhe: a receita pede por 2 abobrinhas pequenas – sempre prefiro comprar abobrinhas pequenas, pois são mais saborosas, mais firmes e menos aguadas. Na receita há também o total em gramas, caso você tenha abobrinhas maiores em casa.                                     


Frittata de abobrinha e gorgonzola

 

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

2 dentes de alho, picadinhos

5 raminhos de tomilho fresco, somente as folhas

2 abobrinhas pequenas (aprox. 300g no total), em cubinhos de cerca de 1cm

½ colher (chá) de molho inglês

sal e pimenta do reino moída na hora

1 colher (sopa) de folhas de salsinha fresca, picadinha – meça, depois pique

raspas da casca de 1 limão cravo (ou taiti, ou siciliano)

1 colher (sopa) de vinho branco seco

4 ovos grandes, temperatura ambiente

1 colher (sopa) de parmesão ralado fininho – rale, depois meça

3 colheres (sopa) de gorgonzola, esmigalhado ou grosseiramente ralado se for muito firme

 

Preaqueça o forno a 200°C.


Em fogo médio, aqueça o azeite em uma frigideira de 20cm de diâmetro e que possa ir ao forno (fique atenta ao material do cabo da frigideira). Junte o alho e o tomilho e refogue por 1 minuto, só até perfumar – não deixe o alho queimar, para não ficar amargo.


Junte a abobrinha e misture bem. Acrescente o molho inglês, tempere com sal e pimenta (cuidado com o sal, pois o molho inglês e o gorgonzola são salgadinhos) e refogue por 1-2 minutos. Junte a salsinha, as raspas de limão e o vinho branco, misturando bem, e então espalhe a abobrinha pela frigideira, para que possa receber os ovos.


Em uma tigelinha, bata os ovos com um garfo, tempere levemente com sal e pimenta, junte o parmesão e misture bem. Despeje sobre a mistura da frigideira de maneira homogênea. Espalhe o gorgonzola sobre os ovos.


Baixe o fogo, deixe a frittata firmar por 2 minutos e então leve ao forno por mais 5-6 minutos ou até que a frittata que estufe e doure – ao sair do forno, ela começa a murchar levemente, como se fosse um suflê – não tem problema!


Sirva imediatamente.


Rend.: 2 porções


terça-feira, dezembro 07, 2021

Escondidinho vegetariano, ideias que não dão muito certo e contagem regressiva


Escondidinho vegetariano


Estava aqui pensando em voz alta nas ideias que nos frustram, ou que não são tudo aquilo que a gente achava que seriam.

Antes de eu começar a reclamar, peço que tenham paciência comigo, pois esse ano já está durando 39 meses e eu não vejo a hora de chegar a semana de recesso entre Natal e Ano Novo. :) Uma exaustão mental imensa – e eu achando que 2020 tinha sido difícil, hein? – uma constante sensação de achar tudo um saco, tudo chatíssimo, uma falta de energia tremenda, aquela vontade de deitar sob o edredom e ficar lá por dias.

Se você está de teto baixo como eu, talvez seja melhor ler outra coisa, porque é capaz de o meu post te deixar ainda mais deprê.

Meu humor e minha vontade de fazer coisas tem variado muito ultimamente (graças ao Universo pela terapia, senão estaria pior), muitas vezes as variações acontecem todas no mesmo dia, portanto há horas em que nem eu mesma me aguento, honestamente. Há dias em que quero fazer mil coisas, para dali a algumas horas tudo se esvair em uma nuvem de frustração. Há dias chochos e dias menos chochos, há momentos em que eu vou para a cozinha animada para fazer uma comidinha gostosa, até mesmo uma coisinha diferente, como um cookie ou uma sobremesa, e em outros eu quero juntar duas fatias de pão com maionese dentro e ficar muito em paz com o meu seriadinho no sofá.

Nossa, que injeção de ânimo esse post, hein?

Noite dessas eu vi o Rodrigo Oliveira fazendo escondidinho na TV, e eram duas versões: uma com carne seca e outra vegetariana, e em ambas ele usava purê de mandioca e finalizava com queijo de coalho ralado antes de levar ao forno – fiquei com água na boca. Eu tinha uns legumes no gavetão já meio esquecidos, e também uma batatona na bancada querendo murchar, resolvi juntar tudo e fazer um escondidinho vegetariano inspirado no do Rodrigo. Refoguei cebola e alho, juntei tomate, abobrinha e berinjela e deixar cozinhar um pouco. Transferi para um refratário, cobri com purê de batata e mozarela e levei ao forno.

Entra aquele meme “expectativa vs. realidade”. :D

Não é que ficou ruim: não tem muito como ficar ruim um monte de legumes juntos, né? Mas alguma coisa ali não me deixou tão feliz. Não achei que o purê combinou com os legumes refogados, não gostei de tudo ter mais ou menos a mesma textura – achei chocho. Chocho como alguns dos dias por aqui. Enquanto comia, agradeci demais ao meu feeling de não fazer como o Rodrigo e entupir o refratário de purê por tudo quanto era lado: apenas fiz uma camada fina por cima. Na teoria a receita me parecia ótima, mas na prática não achei tudo aquilo: melhor teria sido servir o purê separado dos legumes, cada um do seu lado do prato, ou então feito uma camadinha só de queijo sobre os legumes e levado ao forno, sem o purê. Não sei.  

De qualquer forma, quis dividir com vocês esse meu momento meio frustrado na cozinha, porque acontece com todo mundo, mesmo com alguém que brinca com as panelas desde os onze anos de idade. E também dizer que se você anda se sentindo sem ânimo, sem saco, sem energia, com vontade de acampar sob as cobertas, eu tô aqui do mesmo jeito e te mando o meu carinho. xx

quinta-feira, novembro 11, 2021

Barquinhas de abobrinha e 3 queijos para um meio-termo


Barquinhas de abobrinha e 3 queijos


“Você adora fazer barquinhas, não?” – João comentou quando me viu fazendo a foto da receita de hoje, pouco antes de a devorarmos no almoço. Eu adoro fazer barquinhas, sim, legumes recheados são deliciosos – mesmo quando o formato é outro! – e posso usar diferentes ingredientes nos recheios, criando sabores diferentes, e também usando aquelas sobrinhas rolando na geladeira. Aquele restinho de refogado do dia anterior, o cotoco de queijo no fundo da geladeira, os tomates que já estão passando do ponto: tudo pode virar um almoço bem gostoso, dentro de uma barquinha de abobrinha ou berinjela, por exemplo.

Para facilitar ainda mais a minha vida, quando faço barquinhas eu as sirvo com arroz e pronto – no máximo um salada de folhas verdes, mas só se tiver mesmo. Sem muita firula, apenas a vontade de comer algo gostoso que fique pronto rapidamente e não suje muita louça – e além de tudo eu posso fazer outras coisas enquanto as barquinhas estão no forno.

Tem dia que dá vontade de fazer torta, sopa, bolo e cookie, e tem dia que eu só quero mesmo é comer um pão com queijo – na metade desse caminho de altos e baixos, estão as barquinhas: quando as preparo, sei que ainda não desisti :)

 

Barquinhas de abobrinha e 3 queijos

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

2 abobrinhas pequenas (cerca de 250g cada)

1 colher (sopa) de azeite de oliva

2 dentes de alho grande, bem picadinhos

1 tomate grande bem maduro, sem as sementes e em cubinhos

sal e pimenta do reino moída na hora

6 ramos de tomilho fresco, só as folhinhas

raspas da casca de 1 limão taiti

2/3 xícara de ricota, esmigalhada com o garfo se estiver muito firme

3 colheres (sopa) de gorgonzola, esmigalhado ou ralado grosseiramente

1 colher (sopa) de folhas de salsinha picadinhas – pique, depois meça

4 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.

Com cuidado, usando uma colher, remova a polpa das abobrinhas, formando as barquinhas – não cave demais, para que não fiquem muito frágeis. Pique bem a polpa e reserve. Pincele a parte de dentro das barquinhas com o azeite, salpique com sal e pimenta do reino e arrume na forma preparada, com o lado cortado virado para cima. Asse por 20 minutos.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar, para não amargar. Junte o tomate, tempere com um pouquinho de sal e pimenta, e refogue, apertando com as costas da colher de pau para que o tomate comece desmanchar.

Acrescente a polpa de abobrinha e o tomilho e misture bem. Tempere com sal e pimenta do reino, junte as raspas de limão (cuidado com o sal, porque o gorgonzola já é salgadinho) e refogue, mexendo algumas vezes, por 3-4 minutos. Desligue o fogo e deixe esfriar por alguns minutos. Junte a ricota, gorgonzola e a salsinha e misture bem.

Retire as abobrinhas do forno e, com cuidado para não se queimar, acomode o recheio dentro das barquinhas (deixe o forno ligado). Salpique com o parmesão e volte ao forno por mais 20 minutos. Sirva em seguida.

Rend.: 2 porções como prato único, ou 4 servidas com acompanhamentos

segunda-feira, junho 14, 2021

Lasanha de berinjela com farofinha crocante e louças lindas

Lasanha de berinjela com farofinha crocante


Minha queridas e meus queridos, voltei com um post que é uma receita meio que não-receita. :)

Além dos limões cravos perfumadíssimos, eu também trouxe umas berinjelas pequeninas tão bonitinhas do Instituto Chão! Eu sou aquela pessoa que pira em feiras e supermercados, vocês sabem.

Duas das berinjelas viraram barquinhas que servi com arroz e salada verde – saibam que eu fico feliz demais sabendo que muitos de vocês também adoram aquela receita! Já as outras duas, fiquei na dúvida sobre o que fazer com elas... Criatividade zero, vamos logo de lasanha de berinjela e pronto. :)

Grelhei as fatias de berinjela na frigideira, sem azeite, sem nada, até que elas ficassem macias e bem douradas. Ao tirar da frigideira, salpiquei com sal e pimenta do reino moída na hora. Fiz o meu molho de tomate de sempre (receita aqui) e então montei camadas de molho, berinjela e mozarela ralada.

Peguei emprestada da linda Alison Roman a ideia de cobrir a lasanha de berinjela com uma farofinha crocante e ficou tão deliciosa! Minha farofinha é um pouco mais “enfeitada” do que a da Alison (a dela é feita só com azeite e panko): juntei em uma frigideira antiaderente média 1 ½ colheres (sopa) de azeite e 1 dente de alho amassado, mas ainda inteiro. Quando o alho perfumou, adicionei 3 colheres (sopa) de farinha de rosca caseira e dourei bem no azeite. Desliguei o fogo, retirei o alho, temperei com sal e pimenta do reino e adicionei folhinhas de tomilho. Espalhei sobre a lasanha, cobri com uma camadinha de parmesão ralado fininho e levei ao forno por uns 25 minutos – almoço pronto.

Apesar de o almoço ter sido simples, preparei a berinjela neste prato maravilhoso da minha amiga Cris, da Pina Cerâmicas. A Cris está com um ateliê novo lindíssimo, além de ter também a loja virtual. Comprei umas peças incríveis dias atrás e não vejo a hora de recebê-las em casa!

Espero que gostem da minha receita-não-receita. E que a vacina venha logo para todos nós! #vivaosus

quinta-feira, abril 08, 2021

Abobrinha à parmegiana

Abobrinha à parmigiana


Já lhes contei diversas vezes que aqui em casa é muito raro fazer fritura: além de não ser saudável abusar de comidas fritas por imersão, o apartamento é pequeno, o cheiro fica por toda a parte, nas cortinas, nas roupas, nos estofados, no meu cabelo... Depois disso, ainda tem o óleo que precisa ser reciclado, e em épocas de compras feitas a cada quinze dias e da maneira mais rápida possível não quero perder tempo com isso. 

Entretanto, muito de vez em quando, abro exceções, geralmente para fazer o filé de peite frito que minha mãe preparava e que eu amava tanto. Uma das outras exceções é para a abobrinha à parmegiana que lhes trago hoje: geralmente faço a receita com berinjela (adoro), mas quis mudar um pouco e troquei o vegetal. Funcionou muito bem e a receita ficou deliciosa! Aqui nos rendeu dois almoços bem servidos e eu acho ótimo, porque ajudou demais com a preguiça de cozinhar que às vezes aparece.

A abobrinha apenas empanada e frita já é uma delícia, geralmente tenho que expulsar o João da cozinha, senão ele come tudo antes mesmo de eu montar o restante do prato e colocar no forno. :)

 

Abobrinha à parmegiana

receita minha

 

Molho de tomate:

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 cebola média bem picadinha

2 dentes de alho grandes, amassados e picadinhos

1 vidro de passata

½ xícara (120ml) de água (coloque dentro do vidro vazio de passata, tampe e agite, para usar todo o restinho que estiver no vidro)

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (chá) de açúcar

2 folhas de louro

1 punhado de folhas de manjericão fresco, rasgadas com as mãos

 

Restante da receita:

3 abobrinhas médias (aproximadamente 100g cada1 xícara de farinha de trigo

2 ovos, ligeiramente batidos com um garfo

1 ¼ xícaras de farinha de rosca ou farelo de pão

sal e pimenta do reino moída na hora

óleo vegetal para fritar

250g de mozarela de búfala em rodelas ou fatias

¼ xícara de pecorino ralado fininho – rale, depois meça; se preferir, use parmesão

Comece preparando o molho de tomate: em uma panela média, aqueça o azeite em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue até que esteja transparente. Junte o alho e refogue por mais 1-2 minutos – não deixe queimar, para não amargar. Acrescente a passata, a água, tempere com sal e pimenta e junte o açúcar, seguido do louro. Cozinhe, mexendo ocasionalmente, por cerca de 15 minutos ou até que o molho fique mais espesso. Desligue o fogo e misture o manjericão.

Enquanto o molho cozinha, prepare as abobrinhas: pré-aqueça o forno a 200°C.

Coloque a farinha de trigo em um prato, os ovos em outro, e a farinha de rosca em um terceiro. Tempere as farinhas e os ovos com uma pitada de sal e outra de pimenta do reino.

Corte as abobrinhas ao meio no sentido da largura, e então em fatias de aproximadamente 0,5cm no sentido do comprimento (fatias muito longas ficam difíceis de virar no óleo sem quebrar). Tempere as fatias com uma pitada de sal e outra de pimenta, e então passe cada uma delas pela farinha de trigo, envolvendo por todos os lados e retirando o excesso. Em seguida, passe-as pelos ovos, e depois pela farinha de rosca, envolvendo bem e novamente retirando o excesso.

Frite as fatias em óleo quente (180°C) até que dourem de ambos os lados. Retire do óleo e transfira para um prato forrado com papel toalha, para remover o excesso de gordura.

Ao terminar de fritar todas as abobrinhas, comece a montagem do prato: espalhe um pouco do molho em um refratário grande – o da foto tem 29x20cm. Faça uma camada com metade da abobrinha, cubra com metade do molho e em seguida, com metade da mozarela. Repita o processo com os ingredientes restantes. Polvilhe com o pecorino e leve ao forno por cerca de 30 minutos.

Rend.: 4-5 porções

 

quinta-feira, abril 01, 2021

Salada de vagem, tomate, feta e feijão branco - um colorido necessário nos dias atuais

English version


Salada de vagem, tomate, feta e feijão branco


Só porque resolvi postar salada o calorão deu uma trégua aqui em São Paulo – o outono parece ter decidido dar as caras... :)

Geralmente faço saladas assim para o jantar, me sinto mais leve comendo desta forma, especialmente nos últimos tempos, em que a fome nem sempre aparece, mesmo depois de fazer exercícios físicos : salada fresquinha desce mais fácil do que arroz e feijão. A de hoje levei muitas vezes de marmita para o trabalho, em dias agora distantes – levava uma fatia de pão sírio torrado às vezes para acompanhar, em outras colocava um ovo cozido na salada também.

Nem é bem uma receita: dei um sustinho na vagem usando frigideira antiaderente quente, um fio de azeite e um dente de alho cortado do meio – fica muito mais gostosa assim do que simplesmente cozida na água com sal. Juntei tomates cereja cortados ao meio, queijo feta em cubinhos e feijão branco (enlatado mesmo). O alho não coloco na salada, não, porque acho indigesto.

O molho veio depois da foto: azeite, suco de limão, mostarda de Dijon, sal e pimenta do reino moída na hora – bem simples, tudo misturado em um vidro de geleia vazio, como aprendi com o Jamie Oliver séculos atrás.

Comida rápida, bonita, colorida – tudo o que a gente mais precisa agora, já que além da maldita pandemia também sofremos o risco de um golpe. Ser brasileiro e tentar cuidar da saúde, tanto física quanto mental, é um exercício hercúleo todo santo dia.

Cuidem-se e cuidem dos seus. 

quarta-feira, janeiro 27, 2021

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre e sim, continuo exausta

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

Quem está cansado de cozinhar levanta a mão. 0/

Há dias em que eu tenho vontade de ficar à base de frutas, só pra não ter que fazer nada – não fosse o João fazer questão de comer arroz, feijão & cia., eu passaria dias a fio só na base de saladinha, vitamina de frutas, omelete.

O calor absurdo que está fazendo aqui em São Paulo também não ajuda. Tive que ligar o forno para fazer o pão integral para a semana e o apartamento virou uma sauna. Não dá coragem de fazer quase nada. Hoje, mais cedo, estava 32°C – eu não tenho ar condicionado em casa, fico derretendo o dia inteiro, aquela sensação de pescoço suado que a gente odeia.

A preguiça somada à falta de vontade ir ao mercado e ter que ficar descorongando tudo depois está me fazendo trazer poucas coisas a cada compra – isso sem contar a inflação e como andam os preços. A gente coloca meia dúzia de coisas no carrinho e já dá R$ 150,00. Quem aí como eu foi criança nos anos 80 está tendo sensação de déjà vu todo santo dia.

Para um almoço de domingo em que havia zero inspiração, geladeira meio caída e preguiça gigante, bolei esse macarrãozinho meio no susto – bati o olho no que tinha em casa e juntei o que achava que combinava e o que estava para estragar. Tenho feito isso durante a pandemia e às vezes saem comidinhas muito gostosas como a receita de hoje – por isso, divido com vocês.

 

Macarrão com molho cremoso de tomate e espinafre

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

200g de espaguete

1 ½ colheres (sopa) de azeite de oliva

1 alho-poró (120g já sem as folhas verdes-escuras), somente a parte verde mais clara, em meias-luas finas

1 dente de alho grande, bem picadinho

2 tomates italianos maduros (230g, aproximadamente), sem as sementes, picadinhos – eu morro de preguiça e dificilmente tiro a pele de tomates

sal e pimenta do reino moída na hora

2 colheres (sopa) de vinho branco seco

2 colheres (sopa) de água

2 bolinhas de espinafre congelado, já descongelado

¼ xícara (60ml) de creme de leite fresco

parmesão ou pecorino ralados, para servir

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem.

Enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho: aqueça o azeite em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, até que fique macio. Acrescente o alho e refogue por 1 minutinho apenas – não deixe o alho queimar para não ficar com sabor amargo. Junte os tomates, tempere com sal e pimenta, e vá refogando, mexendo ocasionalmente, por cerca de 5 minutos ou até que os tomates soltem seus líquidos e um molhinho comece a se formar. Acrescente o vinho, misture bem, e cozinhe até o vinho evaporar. Junte a água e o espinafre, misture bem, e cozinhe por mais 3-4 minutos, ou até espinafre aquecer. Acrescente o creme de leite, misture bem, acerte o sal e a pimenta do reino.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e misture bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos (eu não precisei usar). Sirva imediatamente polvilhado com parmesão ou pecorino.

Rend.: 2 porções

terça-feira, novembro 24, 2020

Abobrinha marinada para quem está exausto

English version

Abobrinha marinada

Os dias andam tão corridos ultimamente, parece que sempre que o final de ano se aproxima tudo começa a se acumular – confesso que estou torcendo para que as férias cheguem logo, 2020 foi pura exaustão (emocional, especialmente) e sei que para vocês também. Não vejo a hora de desligar um pouco, ficar de preguiça, não me preocupar em fazer comida correndo, tirar cochilos depois do almoço.

Falando em preguiça, a receita que trago hoje é bem assim: não dá muito trabalho, dura alguns dias na geladeira (e fica mais gostosa depois de um tempo lá), deixa a tábua de queijos mais deliciosa ainda. Para beliscar com um pãozinho, acompanhado de uma taça de vinho ou uma cerveja bem gelada.

O pão da foto é a receita de pão sem sova do Jim Lahey, que é a mesma receita do pão italiano da Rita Lobo – fiz este pão uma vez por semana por uma boa parte da quarentena, e de uns tempos pra cá troquei pelo pão de azeitona do Amo Pão Caseiro, e asso na panela – fica maravilhoso.

 

Abobrinha marinada

um nadinha adaptada do livrão Claudia Cozinha

 

- xícara medidora de 240ml

 

4 abobrinhas médias

azeite para pincelar

½ xícara (120ml) de azeite extra virgem

4 dentes de alho descascados e cortados ao meio

1/3 xícara (80ml) de vinagre de vinho branco – usei de xerez que era o que tinha em casa

sal e pimenta do reino moída na hora


Corte a abobrinha em rodelinhas de aproximadamente 3mm de espessura.

Aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Pincele a abobrinha com o azeite e grelhe por aproximadamente 1 minuto de cada lado ou até ficarem ligeiramente macias. Reserve.

Em uma panela pequena, aqueça o azeite extra virgem em fogo médio. Acrescente o alho e frite por um minuto. Junte o vinagre e retire do fogo. Deixe esfriar. Tempere com sal e a pimenta e misture. Numa travessa, forme camadas de abobrinha e banhe com o tempero. Repita a operação até terminarem os ingredientes.

Cubra e leve para a geladeira por três dias – aqui em casa consumimos a abobrinha em 1 semana, depois dos três dias marinando.

Rend.: 8 porções

terça-feira, novembro 10, 2020

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre, e um combustível chamado lembranças

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre 


Dias desses, pensando na vida, me toquei do quanto sou movida a lembranças. 

Penso em quando o Pingo era bebê e eu dava banho nele em cima da minha cama, em uma banheira que o João comprou para quando ele viesse aqui – se fechar os olhos, parece que consigo sentir o cheiro do xampuzinho dele.

Ao ouvir determinadas canções, lembro dos meus anos na faculdade, pegando o ônibus antes das seis da manhã, ponto deserto, via Anchieta escura, walkman na bolsa para a longa viagem de ônibus, seguido de metrô.

Lembro de minha mãe todos os dias, nem que seja uma vezinha sequer: uma comida de que ela gostava, uma música, uma expressão que sai de minha boca e que ela dizia quando eu era pequena, e me dou conta do quanto trago dela comigo, mesmo tendo convivido por apenas sete anos.

Em um almoço, muito antes da pandemia, Pingo disse que o meu macarrão estava “da pontinha da orelha” - pegou na ponta da orelhinha e fez o João repetir o gesto. Sorri para ele, pegando também na ponta da minha orelha, mas minha voz embargou na hora, porque eu havia, sem querer, ensinado a ele algo que era muito característico de minha mãe.  Ele ali, na minha frente, sorrindo e falando algo que a avó que ele nem sabe que existiu falava todos os dias na hora do almoço e do jantar. Olhei pra ele com muita ternura, vendo em seu rostinho os traços de Dona Tereza, o nariz idêntico, a alegria à mesa, a carinha de felicidade, e meu coração parece ter parado de bater por um momento. Hoje, lembrando da cena, meus olhos ficam marejados e a saudade aperta demais, tanto de meu pequeno, quanto de minha mãe.

Sim, lembranças me servem de combustível, e acho que ainda mais neste momento que vivemos, de pandemia, de um país sendo desmontado, de discursos de ódio sendo naturalizados, de uma realidade que parece filme distópico: vou me agarrar a elas para não sufocar.

A receita de hoje é nova, mas eu imediatamente me lembro de minha mãe todas as vezes em que faço ou como beterraba – era um de seus legumes favoritos. A massa da panqueca é uma adaptação da que postei tempos atrás, de espinafre, e o recheio é muito gostoso – use-o em uma panqueca tradicional se preferir economizar tempo. Recheei as panquecas, arrumei em um refratário e cobri com colheradas de requeijão antes de levar ao forno, ideia de molho que peguei da Raquel do @borafazer.

O recheio da receita abaixo que trago hoje é suficiente para 10 crepes – congelei os outro 8 e servi em outro momento, com outro recheio. Se quiser aprender como eu faço as beterrabas assadas, clique aqui.

 

Panquecas de beterraba com recheio de ricota e espinafre

receita minha, adaptada desta aqui

 

Massa:

½ beterraba média, assada e fria (havia sobrado do almoço do dia anterior)

350ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó

½ colher (chá) de sal

1 pitada de pimenta do reino moída na hora

1 ovo, temperatura ambiente

1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo

1 colher (chá) de fermento em pó

 

Recheio:

1 dente de alho bem picadinho ou ralado

1 colher (sopa) de azeite

4 xícaras de espinafre (260g), somente as folhas (aperte na xícara na hora de medir)

sal e pimenta do reino moída na hora

1 pitada de noz-moscada ralada na hora

1 xícara (165g) de ricota – usei caseira, receita aqui (para esta quantidade de ricota, foram 600ml de leite)

½ xícara (35g) de mozarela amarela ralada grosseiramente

 

Molho:

¾ xícara de requeijão

3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho

 

Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte a beterraba, o leite, a água, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente o espinafre e refogue, mexendo, até murchar. Tempere com sal, pimenta do reino e a noz-moscada. Desligue o fogo e deixe esfriar. Aperte o espinafre em uma peneira para remover o excesso de água. Incorpore a ricota e a mozarela.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 18 panquecas. Se após o descanso a sua massa estiver espessa demais, junte um pouquinho de água e misture com a espátula.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o requeijão, salpique com o parmesão e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 18 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 10 panquecas; congelei as 8 restantes e servi outro dia, com outro recheio.

terça-feira, outubro 27, 2020

Pesto de espinafre e amêndoa e o meu sumiço

Pesto de espinafre e amêndoa

Queridas e queridos, como vocês estão?

Faz tempo que não dou as caras por aqui – ando bem ocupada com o trabalho (trabalhando muito, mas feliz!) e também tentando retomar os hábitos saudáveis de antes da pandemia. Voltei a me exercitar, em casa mesmo, e a frequência está tão boa que ando me sentindo a Madonna. :)

Não tem me sobrado muito tempo para fazer receitas novas ou para escrever aqui no blog.

Por outro lado, a newsletter continua firme e forte, e todas as sextas envio minha cartinha, escrita com amor e carinho – se você também quiser receber, clique aqui para se inscrever.

Tenho algumas poucas receitas antigas ainda guardadas, como o brownies que postei tempos atrás, e o molho de hoje: gosto demais de pesto, acho que combina bem com tanta coisa! Gosto de esparramar por aí, não só no macarrão: levanta o astral do frango e do peixe, vai bem na pizza, na bruschetta.

O pesto de hoje leva espinafre, que tem um sabor marcante, e um pouco de manjericão para equilibrar. Se não tiver amêndoa em casa, use nozes ou castanha de caju.

 

Pesto de espinafre e amêndoa

receita minha

 

- xícara medidora de 240ml

 

3 xícaras de espinafre – aperte as folhas na xícara na hora de medir

¼ xícara de folhas de manjericão – aperte as folhas na xícara na hora de medir

½ xícara de amêndoa, com ou sem pele

¾ xícara de parmesão ralado grosseiramente

1 dente de alho pequeno, picado

100ml de azeite de oliva extra virgem

sal e pimenta do reino moída na hora

Aqueça uma panela grande com água em fogo alto. Tenha pronta uma tigela com água fria e gelo. Quando a água da panela ferver, junte o espinafre e cozinhe apenas por alguns segundos, até que murche – com uma escumadeira, retire o espinafre da água fervente e transfira para a tigela com água gelada.

Escorra toda a água do espinafre e aperte-o em uma peneira, para extrair o excesso de água. Transfira para o liquidificador ou processador de alimentos. Junte os ingredientes restantes e pulse/processe até obter um molho homogêneo – se a mistura estiver espessa demais, junte um pouco de água fria, aos poucos, e vá batendo.

Despeje o pesto no macarrão e misture – ao preparar o macarrão, separe um pouco da água do cozimento e use-a para soltar o molho se ficar espesso demais depois de misturado ao macarrão.

Rend. 5 porções (500g de macarrão)

segunda-feira, agosto 24, 2020

Bolinhos de couve-flor e me sentindo nostálgica

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Bolinhos de couve-flor / Cauliflower balls

Ando nostálgica ultimamente – quem recebeu minha newsletter da última sexta-feira sabe – e pensando muito em minha mãe. Alguns ingredientes e comidinhas me lembram demais a dona Tereza, é impossível não pensar nela e em alguns momentos da minha infância. Couve-flor, por exemplo, é algo que me transporta imediatamente para o passado, é como se eu ouvisse minha mãe dizendo “coma as arvorezinhas, filha, que elas são boas para a saúde”. Couve-flor, para mim, sempre será arvorezinha. <3

Por mais que eu adore as arvorezinhas, admito que elas precisam de um empurrãozinho no quesito sabor: couve-flor, dependendo do jeito que é preparada, pode ficar sem graça. Não é mesmo o caso destes bolinhos: modéstia à parte, eles ficaram incríveis! Muito saborosos, crocantes por fora e úmidos por dentro.

Servi com arroz, feijão e couve refogada, mas podem muito bem funcionar como belisquetes acompanhando uma cervejinha gelada. Aliás, recomendo algumas gotinhas de Tabasco na hora de comer os bolinhos – ficam ainda mais gostosos.

 

Bolinhos de couve-flor

receita minha, inspirada nestes bolinhos de lentilha

 

- xícara medidora de 240ml

 

400g de couve-flor, sem as folhas e cortada em floretes – pouco mais da metade de uma couve-flor orgânica pequena

sal

½ cebola pequena, picadinha

1 ovo, temperatura ambiente

2 colheres (sopa) de salsinha picada – pique, depois meça

½ colher (sopa) de azeite de oliva

¼ xícara de parmesão ralado fininho – rale, depois meça

¾ xícara de farinha de rosca – usei caseira, pão torrado no forno e batido no liquidificador

pimenta do reino moída na hora


Coloque a couve-flor em uma panela grande e cubra com água fria. Leve ao fogo alto e, quando começar a ferver, junte 1 pitada de sal e cozinhe até os floretes ficarem macios, cerca de 10 minutos (comece a contar quando começar a ferver). Escorra e enxague com água corrente para esfriar a couve-flor. Escorra bem, transfira para uma tábua e pique bem com a faca. Transfira para uma tigela grande.

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio e pincele o papel com azeite.

Acrescente o restante dos ingredientes e misture bem. Tempere com sal e pimenta. Com um mixer, processe metade da mistura, diretamente na tigela mesmo, até virar um purê rústico – se não tiver mixer, transfira metade da mistura para um processador de alimentos e pulse algumas vezes. Misture bem novamente. Com as mãos, modele bolinhas usando 1 ½ colheres (sopa) niveladas por porção. Arrume as bolinhas na assadeira preparada, deixando 3cm entre uma e outra. Leve ao forno por 15 minutos, e então, com cuidado, vire os bolinhos. Asse por mais 15 minutos e sirva.

Rend.: cerca de 22 unidades – eu assei metade no dia em que preparei e congelei metade para outro dia; congelei em aberto e quando as bolinhas estavam bem firmes transferi para um saquinho.

segunda-feira, agosto 17, 2020

Risoto de espinafre e mozarela - almoço na mesa, mesmo com a geladeira pelada

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Risoto de espinafre e mozarela / Spinach and mozzarella risotto


Tempos atrás fiz um risoto com vários vegetais diferentes, usando quase que tudo o que havia no meu gavetão de legumes: ficou uma delícia e super nutritivo, cheio de coisas boas para a saúde. Desta vez, foi o completo oposto: a geladeira estava bem vazia, então fui ao freezer e fiz um risoto usando espinafre congelado, e joguei um pouco de queijo na equação para melhorar tudo. Nunca uso alho em risotos, mas no de hoje usei porque alho e espinafre ficam ótimos juntos.

Fiquei bem surpresa com o resultado do risoto, não imaginei que ficaria tão gostoso! João não é fã de risotos e repetiu – fiquei impressionada, porque isso nunca acontece. Sempre tenho espinafre congelado no freezer, uso muito em sopas, como esta, mas em risoto foi a primeira vez que usei. O resultado me deixou animada e mais ainda por colocar o almoço na mesa em menos de meia hora, o que é ótimo nos dias de faxina do apartamento. :D


Risoto de espinafre e mozarela

receita minha

- xícara medidora de 240ml

3 colheres (sopa) de manteiga sem sal

½ colher (sopa) de azeite de oliva

1/3 xícara de salsão picadinho – pique, depois meça; usei congelado, direto do freezer

½ cebola pequena, picadinha

1 dente alho pequeno, picadinhos

¾ xícara (165g) de arroz arbóreo ou Carnaroli

¼ xícara (60ml) de vinho branco seco

sal e pimenta do reino moída na hora

3 bolinhas (100g) de espinafre congelado, já descongelado

3 xícaras (720ml) de caldo de legumes fervente

1 xícara (70g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça

2 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente – rale, depois meça

Em uma panela média, junte metade da manteiga e o azeite e quando aquecer adicione o salsão e a cebola, refogando até que fiquem macios, 3-4 minutos. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe queimar para não amargar a receita.

Junte o arroz e refogue por 2 minutos, mexendo, até que todos os grãos fiquem cobertos de gordura. Junte o vinho e refogue até que evapore. Tempere com um pouco de sal e pimenta. Acrescente o espinafre e misture. Acrescente 1 concha do caldo quente por vez e vá mexendo até que o caldo quase seque. Acrescente outra concha de caldo mexa novamente até que ele quase seque – repita o processo até que o arroz fique al dente, o que vai levar cerca de 20 minutos. Adicione a manteiga restante e os queijos, misturando bem. Prove, acerte o sal e a pimenta se necessário, tampe a panela e aguarde 5 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções 

segunda-feira, agosto 10, 2020

Macarrão com abobrinha, alho-poró e gorgonzola e a fadiga de cozinhar todos os dias

Macarrão com abobrinha, alho-poró e gorgonzola

Final de semana passado a minha querida amiga Raquel postou stories muito interessantes no Instagram dela, sobre o cansaço de termos que cozinhar todos os dias durante a quarentena. Aproveitei o assunto e também comentei com os meus seguidores sobreisso, pois concordo que a obrigação de fazer comida todo dia realmente cansa demais, e dá desânimo às vezes – se eu que gosto de cozinhar me sinto assim, imagina quem não gosta.

O que acho que pode ajudar neste caso são duas coisas completamente diferentes: uma delas é planejamento, sobre o qual a Raq falou. Ter feijão no freezer, arroz pronto e legumes já higienizados na geladeira, usar atalhos como grão-de-bico e tomate pelado em lata: tudo isso pode ser bastante útil e eu tenho usado muito tais recursos. P

Por outro lado, também uso uma estratégia completamente oposta: pelo menos uma vez na semana, tento fazer uma receita completamente nova, algo diferente do arroz e feijão diários, para quebrar a rotina. Eu sinto que dá uma iluminada na semana, alegra o dia e faz com que aquele marasmo vá embora, nem que seja por uma refeição.

Foi assim que fiz o macarrão que lhes trago hoje, com uma abobrinha que eu precisava usar logo: ficou um almoço delicioso, cheio de vegetais, e com um toque diferentão do gorgonzola. Uma receita simples na execução, mas com um resultado incrível no sabor. Deixou a sexta-feira mais saborosa e levantou os ânimos aqui em casa.

 

Macarrão com abobrinha, alho-poró e gorgonzola

receita minha


- xícara medidora de 240ml

 

180g de orecchiette, ou a massa curta da sua preferência

1 colher (sopa) de azeite de oliva

1 colher (sopa) de manteiga sem sal

1 alho-poró (100g já sem as folhas verdes-escuras), somente a parte verde mais clara, em meias-luas finas

1 abobrinha média (250g), em cubinhos de 1cm

sal e pimenta do reino moída na hora

1 colher (sopa) de vinho branco seco

raspas de 1 limão cravo grande – era o que eu tinha em casa; use taiti ou siciliano se preferir

100ml de água

75g de queijo gorgonzola, ralado ou esmigalhado

Em uma panela grande, aqueça água até ferver. Acrescente sal. Quando ferver, adicione o macarrão e cozinhe pelo tempo indicado na embalagem. 

Enquanto a água ferve e o macarrão cozinha, prepare o molho: aqueça o azeite e a manteiga em uma frigideira antiaderente grande em fogo médio-alto. Junte o alho-poró e refogue, mexendo às vezes, até que fique macio. Junte a abobrinha, tempere com sal e pimenta, e vá refogando, mexendo ocasionalmente, por cerca de 5 minutos ou até que a abobrinha comece a ficar macia. Acrescente o vinho, misture bem, e cozinhe até o vinho evaporar. Junte as raspas de limão, a água e o gorgonzola, misture bem, e cozinhe por mais 3-4 minutos, ou até o queijo derreter completamente e o molho ficar mais espesso.

Escorra o macarrão, reservando ¼ xícara (60ml) da água do cozimento. Transfira o macarrão escorrido para a panela com o molho e misture bem – se o molho estiver seco demais, junte a água reservada, aos poucos (eu não precisei usar). Sirva imediatamente.

Rend.: 2 porções

segunda-feira, agosto 03, 2020

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo e as receitas do blog

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Barquinhas de berinjela com tomate e queijo


Dias atrás, perguntei para os meus seguidores no Instagram quais eram as receitas que eles mais curtiam ver no blog, aquelas receitas que logo de cara despertam a vontade de ir para a cozinhar e preparar. Os bolos e cookies ganharam disparados, seguidos por brownies e pães. Algumas seguidores me disseram que gostam das receitas salgadas, para variar o dia-a-dia, e sopas também foram mencionadas.

Eu confesso a vocês que adoro fazer e fotografar (e comer!) bolos e cookies, mas não dá pra viver só de doces, né, meus amores? :D Ainda mais em quarentena, sem fazer exercícios físicos com a regularidade que eu fazia antes... Por isso, vou continuar postando sim as receitas doces que vocês adoram – e que amo ver nas redes sociais, quando vocês me marcam nas suas publicações –, mas intercalando com receitas salgadas que preparo para as refeições diárias, como a berinjela recheada que lhes trago hoje: é deliciosa. Espero que gostem. xx

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo

Barquinhas de berinjela com tomate e queijo
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Barquinhas:
2 berinjelas grandes (cerca de 350g cada)
2 colheres (chá) de azeite

Recheio:
2 colheres (sopa) de azeite
1 cebola pequena, bem picadinha
2 dentes de alho, bem picadinhos
2 tomates maduros, sem as sementes, em cubinhos
sal e pimenta do reino moída na hora
2 colheres (chá) de orégano seco
algumas folhinhas de manjericão fresco
2 xícaras (140g) de mozarela passada no ralador grosso (rale, depois meça) – reserve 3 colheres (sopa) para polvilhar as barquinhas
8 azeitonas pretas grandes, sem os caroços, picadinhas

Preaqueça o forno a 200°C. Forre uma assadeira grande e rasa com papel alumínio.
Corte as berinjelas no sentido do comprimento, formando barquinhas, e então faça cortes quadriculados na polpa, sem cortar até o final (preserve a casca intacta para que as barquinhas não desmontem). Pincele o lado cortado com o azeite e arrume as berinjelas viradas para baixo no papel alumínio. Leve ao forno por 30 minutos.

Enquanto isso, comece a preparar o recheio: aqueça o azeite em uma frigideira grande, de preferência antiaderente, em fogo médio-alto. Junte a cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até ficar transparente. Junte o alho e refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, para não amargar a receita. Acrescente o tomate, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo algumas vezes, até o tomate começar a desmanchar. Acrescente o orégano e cozinhe por mais 2 minutos. Acrescente o manjericão, misture e desligue.

Retire do forno (mantenha-o ligado) e, com cuidado para não se queimar, retire a polpa da berinjela usando uma colher, mas sem cavar demais para que as barquinhas não fiquem muito frágeis. Junte a polpa das berinjelas ao refogado, acrescente a mozarela – não se esqueça de reservar 3 colheres (sopa) para a cobertura – e a azeitona e misture bem. Recheie as barquinhas com a mistura e polvilhe com a mozarela reservada. Volte ao forno por mais 25 minutos.
Sirva imediatamente.

Rend.: 4 porções – aqui servi com arroz e salada de verdes, portanto 1 barquinha (1 metade de berinjela) por pessoa foi suficiente; caso queira servir como prato único, creio que 2 barquinhas (1 berinjela inteira) por pessoa sejam suficientes

segunda-feira, julho 27, 2020

Croquetes de batata, ervilha e queijo para desafogar um coração

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Croquetes de batata, ervilha e queijo

Comida é sinônimo de afeto, conforto em vários momentos das nossas vidas. Dias atrás eu estava pensando muito na minha avó, que agora está velhinha e doente e não se lembra mais das pessoas e das coisas. Guardei o pensamento pra mim e segui meu dia.

No dia seguinte recebi uma mensagem da minha prima dizendo que havia colocado os meus vídeos de stories do Instagram para a minha avó ver, e ela se lembrou de mim, comentando o quanto eu era parecida fisicamente com a minha mãe, mas que no fundo eu era mesmo parecida com ela (vó), e por sermos “pimentas ardidas” assim sofríamos muito na vida. Eu chorei muito neste dia, tanto por ela ter se lembrado de mim e de minha mãe, quanto por saber que sim, vó, nós somos parecidas nesse nosso jeitão, a gente se faz de durona, mas no fundo a gente sofre, sim, e se sente só, e chora.

Depois disso fui para a cozinha e fiz uma comidinha que era a cara da minha vó Iza: croquete – toda vez que tinha croquete no almoço era uma felicidade só. A vó fazia croquetes com restinhos de carne de panela ou moída, mas eu optei por uma versão vegetariana, e também decidi assar em vez de fritar. A massa é bem macia, portanto, seja cuidadoso na hora de virar os croquetinhos na assadeira – e fique à vontade para fritar se quiser uma versão mais raiz da receita.

Croquetes de batata, ervilha e queijo
receita minha

2 batatas médias (300g pesadas ainda com a casca), descascadas e cortadas em 4 partes cada
sal
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
¼ xícara de ervilhas congeladas, já descongeladas
¾ xícara (50g) de mozarela ralada no ralador grosso – rale, depois meça
pimenta do reino moída na hora

Para empanar:
1 ovo batido com o garfo com 2 colheres (chá) de água fria – tempere com pitada de sal e de pimenta do reino
2/3 xícara de farinha de rosca ou farelo de pão – tempere com pitada de sal e de pimenta do reino

Coloque as batatas em uma panelinha, cubra com água fria e leve ao fogo alto. Quando a água começar a ferver, junte 1 pitada de sal e cozinhe até que as batatas estejam macias – é o mesmo processo para fazer purê. Quando estiverem macias, escorra bem e passe as batatas pelo espremedor. Junte a manteiga, as ervilhas e a mozarela, tempere com sal e pimenta do reino misture bem. Usando 2 colheres (sopa) niveladas de massa por vez, modele os croquetes e transfira para um prato. Leve à geladeira por 40 minutos para que firmem bem.

Enquanto isso, preaqueça o forno a 200°C e forre uma assadeira média com papel alumínio, pincelando bem com azeite – esta etapa é importante, pois quando o queijo derrete ele pode grudar um pouquinho no papel.
Passe os croquetes pelo ovo batido e em seguida pela farinha de rosca. Arrume-os na assadeira preparada deixando 3cm de distância entre um e outro. Leve ao forno por 20 minutos, e então vire os croquetes com bastante cuidado – a massa é macia e pode desmanchar. Asse por mais 20 minutos do outro lado e sirva imediatamente.

Rend. cerca de 1 dúzia de croquetes


segunda-feira, junho 29, 2020

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo e dica para congelar crepes

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo

Quem me segue no Instagram tem notado que ando muito exibida: depois de anos usando a plataforma, comecei a postar stories conversando com os seguidores. Eu sempre morri de vergonha de fazer isso, mas depois das duas lives incríveis que fiz com a Raquel me soltei mais e estou gostando bastante de comentar sobre comidas e filmes com vocês. As respostas são ótimas! :D

Semana passada pedi aos seguidores sugestões do que preparar com o maço de espinafre que viera na cesta orgânica. Recebi muitas ideias bacanas e acabei fazendo panquecas de espinafre com ricota, mas não as que lhes trago hoje: estas fiz tempos atrás, com um outro maço de espinafre recebido há algumas semanas. A massa leva espinafre e fica com uma cor linda – adaptei uma receita do Jamie Oliver – e o recheio é invenção minha. Antes da pandemia eu fazia muito a receita de crepes de centeio da Heidi Swanson e recheava com este refogado de abobrinha + cubos de feta para levar de marmita. O recheio de hoje é mais acessível, leva mozarela e parmesão e fica igualmente gostoso.

Eu fiz metade para um almoço e congelei a outra metade. Sempre congelo panquecas da seguinte forma: faço rolinhos (mesmo que não estejam recheadas), arrumo em uma assadeira forrada com papel alumínio e levo ao freezer. Quando estão durinhas, transfiro para um saquinho. Panquecas congeladas assim já salvaram a minha marmita várias vezes... :)

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo

Para o meu gosto, estas panquecas nem precisavam de molho, mas como o João adora panqueca com molho de tomate foi assim que servi. Para quem quiser fazer o molho, a receita está aqui.

Panquecas de espinafre com recheio de abobrinha e queijo
receita adaptada do Jamie Oliver (panqueca) e minha (recheio)

- xícara medidora de 240ml

Massa:
1 xícara (65g) de folhas de espinafre fresco – aperte na xícara na hora de medir
300ml de leite integral, temperatura ambiente – usei água + leite em pó
½ colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
1 ovo, temperatura ambiente
1 ¼ xícaras (175g) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó

Recheio:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 dente de alho grande, bem picadinho – usei 1 imenso
1 abobrinha grande (350g), sem as pontas e em cubinhos de 1cm
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (chá) de molho inglês
1 colher (chá) de orégano seco
3 colheres (sopa) de azeitona verde picadinha – pique, depois meça
1 xícara (70g) de mozarela passada no ralador grosso – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado fininho
Comece pela massa da panqueca: no liquidificador, junte o leite, o sal, a pimenta, o ovo e o espinafre e bata até obter uma mistura homogênea. Junte a farinha e o fermento e bata novamente até misturar – talvez você precise ajudar o liquidificador com uma espátula, empurrando a farinha que ficar grudada nas laterais do copo. Faça isso sempre com o liquidificador desligado e com cuidado. Quando a massa estiver homogênea, deixe descansando em temperatura ambiente por 30 minutos – enquanto isso, faça o recheio.

Recheio: em uma frigideira antiaderente grande, aqueça o azeite em fogo médio e junte o alho. Refogue por 1 minuto apenas – não deixe o alho queimar, ou vai ficar amargo. Acrescente a abobrinha, aumente para o fogo alto, e tempere com sal, pimenta do reino e o molho inglês. Refogue, mexendo às vezes, até que comece a dourar. Junte o orégano e a azeitona e misture bem. Refogue até dourar, aproximadamente 5 minutos no total, desligue o fogo e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, junte a mozarela e o parmesão e misture bem.

Faça as panquecas: aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio. Derrame porções da massa no centro da frigideira e gire para que a massa cubra todo o fundo. Deixe cozinhar por alguns segundos, vire e cozinhe do outro lado por mais alguns segundos. Transfira para um prato e prossiga com o restante da massa – a minha frigideira tem 20cm de diâmetro e com ela a receita rende 16 panquecas.

Coloque porções do recheio - aproximadamente 2 colheres (sopa) – na ponta de cada panquequinha e enrole de maneira firme, formando um canudo. Transfira para um refratário. Cubra com o molho e leve ao forno por 20 minutos. Sirva imediatamente.

Rend.: 16 panquecas, usando uma frigideira de 20cm de diâmetro. O recheio desta receita é suficiente para as 16 panquecas.



quinta-feira, junho 11, 2020

Calzones de ratatouille - receita com jeitão de final de semana

English version

Calzones de ratatouille / Ratatouille calzones

Semana passada falei para o João que queria preparar algo diferente para o almoço no final de semana: não queria macarrão nem arroz com feijão, e estava com vontade de testar uma receita nova.

Dando uma olhada no gavetão de legumes encontrei uma berinjela, uma abobrinha e algumas cenouras – era só isso mesmo, não havia muito para escolher. Guardei as cenouras para outro uso e juntei a berinjela e a abobrinha em uma espécie de ratatouille, acrescentando extrato de tomate e azeitonas pretas para tornar a mistura mais interessante. Adicionei queijo e assim obtive o recheio para estes calzones e lhes trago a receita hoje com um sorriso orgulhoso: eles ficaram tão bons!

Parece que vasculhar o gavetão de legumes é um ótimo exercício para a criatividade, não? :D

A receita rende 8 calzones grandes, o que é muito para só nós dois em uma refeição apenas, portanto congelei os calzones que restaram e os comemos no jantar ontem.
Se você quiser fazer o mesmo, deixe os calzones esfriarem completamente, embrulhe em papel alumínio e transfira para um saco plástico, vedando bem. Depois de descongelados, os calzones só precisam de 10 minutos no forno quente para ficarem deliciosos novamente.

Calzones de ratatouille / Ratatouille calzones

Calzones de ratatouille
receita minha

- xícara medidora de 240ml

Massa:
2 colheres (chá) de fermento biológico seco
½ colher (chá) de açúcar cristal ou refinado
1 ¼ xícaras (300ml) de água morna
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
3 xícaras (420g) de farinha de trigo comum
1 ¼ colheres (chá) de sal

Recheio:
1 ½ colheres (sopa) de azeite
½ cebola pequena picadinha
1 dente de alho grande picadinho
1 abobrinha média (240g), em cubos de 1cm
1 berinjela média (300g), em cubos de 1 cm
1 folha de louro
sal e pimenta do reino moída na hora
½ colher (sopa) de extrato de tomate
1 colher (sopa) de vinho branco seco
10 azeitonas pretas grandes, sem os caroços e bem picadinhas
1 ½ xícaras (150g) de mozarela ralada grosseiramente – rale, depois meça
3 colheres (sopa) de parmesão ralado grosseiramente
2 colheres (chá) de orégano seco

Para finalizar os calzones:
azeite de oliva extra virgem, para pincelar os calzones
parmesão ralado a gosto, para polvilhar sobre os calzones

Prepare a massa: na tigela da batedeira planetária, junte o fermento biológico, o açúcar e a água. Misture bem com um garfo e reserve por cerca de 5 minutos ou até a espumar. Acrescente o azeite, a farinha e o sal, misture, e então sove na batedeira por 6-8 minutos ou até obter uma massa lisa e elástica – se for sovar na mão, serão 10-12 minutos, aproximadamente. Forme uma bola com a massa e transfira para uma tigela grande pincelada com azeite – vire a massa uma vez para que todos os lados fiquem untados com o azeite. Cubra com filme plástico e deixe crescer em um lugar morninho, longe de correntes de ar, por 1 hora ou até dobrar de volume – deixei a minha massa fermentar por 1 hora e meia.

Enquanto isso, faça o recheio: aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Junte o azeite, seguido da cebola e refogue, mexendo algumas vezes, até que a cebola murche. Acrescente o alho e refogue por 1 minuto – não deixe queimar, para não ficar amargo. Acrescente a abobrinha, a berinjela e o louro, tempere com sal e pimenta e refogue, mexendo de vez em quando, até os legumes ficarem macios, 5-7 minutos dependendo do tamanho dos cubinhos. Acrescente o extrato de tomate e refogue por mais 2 minutos – é importante cozinhar bem o extrato para que não fique com sabor de tomate cru. Junte o vinho, cozinhe por 1 minuto e desligue o fogo. Descarte o louro, acrescente a azeitona, misture e deixe esfriar completamente. Quando esfriar, misture a mozarela, o parmesão e o orégano.

Preaqueça o forno a 220°C. Separe duas assadeiras grandes e rasas.
Divida a massa em 8 partes iguais – cada uma delas terá entre 90 e 100g. Usando um rolo, abra cada porção de massa em um círculo de cerca de 25cm. Coloque o recheio em metade da massa, feche formando uma espécie de pastel e enrole bem as extremidades para que o recheio não vaze – eu usei cerca de ½ xícara de recheio por calzone, mas como os tamanhos dos vegetais podem variar, se você tiver balança, pese o total do recheio e divida por 8 para saber quanto colocar em cada calzone. Se não tiver balança, acho que fica mais fácil espalhar o recheio em uma assadeira, fazendo uma camada rasa, e então dividir em 8 partes iguais.

Repita o processo com a massa e recheio restantes. Transfira os calzones para as assadeiras preparadas, deixando 2cm de distância entre eles. Pincele-os com azeite e polvilhe com o parmesão. Leve ao forno por 20-25 minutos ou até que dourem bem. Sirva imediatamente.

Rend.: 8 unidades